terça-feira, 20 de março de 2012

Moda é coisa de homem, sim senhor!

DIVULGAÇÃO
Lanvin, uma das melhores campanhas publicitárias de moda masculina da última temporada

As transformações culturais e de comportamento que mudaram a forma como o homem contemporâneo se veste.

Gramaticalmente, “moda” é uma palavra feminina. Historicamente, também foi. Nas milhares de páginas da história da moda, os olhares sempre foram mais magnetizados pela silhueta feminina, trabalhada com as maiores fantasias estéticas em ateliês e oficinas, com vestidos de haute couture, sapatos luxuosos e looks de prêt-à-porter altamente disputados. Mas “moda” também pode ser uma palavra masculina.

Por muito tempo, o alvo da moda foram as mulheres. Como diz o antropólogo Gilberto Freyre em Modos de homem & modas de mulher (Editora Record, 1987): “Muito se tem escrito sobre o assunto complexo e fascinante que é moda, associando-se sobretudo ao que ele sugere de mais psicologicamente atraente: a moda como uma expressão ou como um complemento de beleza, de elegância, de físico, de característico antropológico, de personalidade, mais de mulher do que de homem.”
Uma questão de honra


DIVULGAÇÃO
Terno, um clássico da moda masculina.

Nos séculos 19 e 20, a divisão era clara: “modos” eram assunto de homem; “modas”, de mulher. Isso se focarmos apenas o homem comum e não levar em conta, por exemplo, os dândis europeus, os reis franceses de outros séculos e assim por diante. Enquanto as mulheres renovavam o guarda-roupa a cada estação, os homens passavam anos com o mesmo figurino: peças sóbrias, cores escuras, sapatos lustrados, abdicando de detalhes como estampas e adereços – as “frescurinhas” adoradas pelas mulheres.

Segundo a filósofa e crítica literária Gilda de Mello e Souza, a moda masculina do século 19 era quase um “uniforme”: Para o dia, um terno e um par de sapatos em bom estado. Para a noite, o tradicional smoking. Nada mais clássico, mas, ao mesmo tempo, nada mais engessado e previsível.

O visual era elegante, mas demasiadamente discreto, pois queria apenas firmar a posição do homem na sociedade. Na época, mais do que a beleza e a elegância, estavam em questão o poder e a honra do homem. Era uma questão de classe. Social.

Fonte:

Nenhum comentário:

Postar um comentário