terça-feira, 20 de março de 2012

Terno: ontem, hoje, sempre diferente

O terno, com certeza, é a peça mais antiga do guarda-roupa masculino que permanece viva até hoje. Talvez por isso seja uma das que mais se renovam com o passar dos anos.
REPRODUÇÃO
Johann Christian Fischer pintado por Thomas Gainsborough (1780, Royal Collection)
Johann Christian Fischer pintado por Thomas Gainsborough (1780, Royal Collection)
O crédito do que hoje conhecemos como moda masculina vem do rei Luís XIV, que ditou moda em Versailles no século XVII. Foi a partir daí que a profissão do alfaiate se tornou importantíssima e respeitada. Nessa época, o terno era composto por um casaco mais longo, o colete e o culote. Os três apareciam na mesma cor, o que era uma novidade e criava uma harmonia desconhecida até então.
Mesmo assim os trajes masculinos ainda eram intensamente bordados e trabalhados, como uma forma de distanciar as classes sociais. De lá para cá, o terno foi se ajustando e se adaptando ao dia a dia do homem tal como conhecemos hoje, tornando-se uma peça essencial e, para muitos, até obrigatória.
REPRODUÇÃO
Frank Sinatra e Bing Crosby com Grace Kelly, em Alta Sociedade, de 1956: ternos quadrados.
Frank Sinatra e Bing Crosby com Grace Kelly, em Alta Sociedade, de 1956: ternos quadrados.
Nos anos 1950, logo depois da Segunda Guerra, quem ditava moda eram os galãs de Hollywood e os melhores ternos vinham de Londres e não mais de Paris. O material mais comum para a construção do terno era a lã, e sua modelagem era totalmente reta, sem cintura, e mais larga do que vemos hoje em dia. O fechamento ainda era transpassado, com quatro botões.
O terno só começou a se tornar acinturado nos anos 1970. Com a febre Disco e a influência forte do rock’n’roll, as formas chegaram mais perto do corpo para se adaptar ao novo lifestyle dos homens. Os tecidos ficaram mais leves e as cores fugiram do preto. Foi uma época em que o terno deixou de ser visto com tanta seriedade.
Já nos anos 1980, a roupa masculina caminhou alguns passos para trás. A forma voltou a se alargar e a modelagem ficou mais quadrada. Ombros maiores, mais tecido e menos cor. O terno voltou a ter cara do escritório, sob medida para o trabalho.
FOTOSITE
Hedi Slimane para Dior, verão 2006: secos e justos (esq.)  e Jil Sander por Ralf Simons: rosa ganha o terno no verão 2009.
Hedi Slimane para Dior, verão 2006: secos e justos (esq.) e Jil Sander por Ralf Simons: rosa ganha o terno no verão 2009.
Foi só no final dos anos 1990 e começo dos 2000 que o terno voltou ao centro das atenções na moda masculina. Como resultado, novas versões surgiram. A cintura voltou a ser mais ajustada e a gama de cores aumentou, assim como as opções de fechamento. O homem passou a ter menos medo de ousar. E a situação se inverteu. Se antes a mulher buscava uma silhueta masculina para impor respeito, agora o homem copiava a silhueta feminina para conseguir se modernizar. Estilistas com Raf Simons e Hedi Slimane foram pioneiros do “skinny” nos looks masculinos.
Desde então, o foco sobre a moda masculina só aumentou. Revistas, blogs e marcas inovadoras nascem a cada segundo, provando que o traje masculino pode, sim, evoluir ainda mais. Vamos esperar para ver! Semana que vem mandarei notícias direto de Paris. Até lá!
FOTOSITE
Prada Verão 2010
Prada Verão 2010
Espinha de peixe
A lã espinha de peixe, também conhecida como Chevron, ganhou esse nome porque de fato lembra uma espinha de peixe. Normalmente a trama e o urdume são de cores diferentes, formando um padrão em ziguezague. Quando feita a mão, lembra quase um tweed. Esse tipo de lã é muito usado em casacos e blazers de inverno e também na tapeçaria.

Reprodução: Internet

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