sexta-feira, 1 de junho de 2012

Redesign - Design Estratégico de Varejo

Na semana passada foi realizado o evento Redesign, promovido pela Consultoria GS&MD, com o propósito de repensar a questão do design estratégico de varejo. Confesso que fiquei muito surpresa ao ver reunidos tantos profissionais de arquitetura de varejo apresentando cases interessantes. De fato este evento seria impossível há 20 anos, pela absoluta falta de profissionais especializados na área.

O evento contou com apresentações de grandes escritórios de arquitetura nacionais, internacionais e de varejistas. Manoel Alves Lima, da FAL, Julio Takano, da Kawahara&Takano, George Homer, da GH Associates, Ken Nisch, da JGA(EUA), George Nauman, da Chute Gerdeman(EUA), Nelson Rocha, da Criacittá, Olivier Saguez, da Saguez&Partners(FR), e Leonardo Araujo, da GAD Retail, dentre outros apresentaram suas visões e cases.

Lembro-me que a arquitetura de varejo nesta época era uma atividade marginal nos escritórios de arquitetura, desprovida de charme, mas principalmente desprovida de ciência. As soluções orbitavam na esfera do insight criativo e nas tendências de materiais, independente se aquele material tinha conexão ou não com a marca em questão e seu posicionamento. Nenhum elemento de um projeto pode integrá-lo apenas porque o material é bacana ou bonito. Nada é impune em um projeto porque todos os elementos “falam”, expressam sensações, sinalizam códigos e reforçam (ou não) uma identidade corporativa.


Os cases apresentados por estes escritórios mostram um grande nível de maturidade e de concepção estratégica. Você pode gostar ou não dos projetos, já que design envolve também convicções e gosto pessoal, mas indubitavelmente são projetos concebidos a partir de premissas estratégicas, com foco em resultados, direcionados pelo posicionamento ou reposiconamento das marcas considerando o público alvo e a distinção da marca.

A arquitetura de varejo amadureceu e hoje temos grandes escritórios operando no Brasil, especializados no assunto, que sabem o que estão fazendo e o fazem muito bem, já que desenvolveram a competência de varejo em suas equipes e abordagens. Muitos projetos foram apresentados, mas selecionei dois em especial. Um deles é a nova loja da Cacau Show, criada pelo escritório de arquitetura JGA do qual tive o privilégio de participar como consultora.

O aumento médio de vendas de 28%, somado à ganhos na imagem de marca e na percepção de produtos, enfatiza que o design da loja é a ponta do iceberg. Normalmente uma mudança de projeto de loja traz incrementos de vendas na ordem dos 5 a 10%, porém, para trafegar em patamares mais altos, é necessário que a arquitetura seja a catalisadora de uma transformação da experiência de compras, o que inclui repensar o todo: tecnologia, atendimento, remuneração, planograma, produtos, embalagens de PDV, sonorização, estímulos aos sentidos, processos e comunicação visual.

Outro projeto interessante é a nova loja da Jerram Jeans, marca do interior de SP, concebida pelo Kawahara&Takano com resultados estimulantes para os acionistas, o que nos ensina que utilizar o design na esfera estratégica transforma o negócio e reposiciona marcas reiterando que é uma ferramenta acessível e transformadora, mas acima de tudo geradora de resultados.

A consultoria Gouvêa de Souza tem muita responsabilidade por este amadurecimento do design estratégico de varejo no Brasil. Há muitos anos a GS&MD estabeleceu-se como a empresa de maior expertise em distribuição e varejo, mas em paralelo firmou-se também como polo de transformação e profissionalização por meio de eventos internacionais, delegações para visitas a varejistas globais, cursos, parcerias e criação de entidades que mudaram a perspectiva e o patamar de excelência de varejistas e arquitetos em relação às melhores práticas da arquitetura de varejo.



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